terça-feira, 21 de abril de 2009

Australiana mantém clínica de morcegos na própria casa

Trish Wemberley trata animais com feridas, infecções ou fraturas. clínica abriga 500 animais.



Uma australiana que trabalha há 20 anos voluntariamente resgatando morcegos está cuidando de 500 filhotes na sua própria casa.

Trish Wimberley possui uma clínica de morcegos, como ela mesma chama, nos fundos da sua casa, na cidade costeira de Gold Coast, no Estado australiano de Queensland.

Lá ela cuida de cerca 200 morcegos entre setembro e fevereiro, época em que as fêmeas dão à luz.

"Mas neste ano, devido à quantidade de tempestades que tivemos, estou com 500", disse ela à BBC Brasil.

Contato humano

Geralmente os animais resgatados por Trish possuem feridas visíveis, pneumonia, infecção nos rins ou membros fraturados. O grupo no qual Trish trabalha, Wildcare Australia, é avisado por telefone cada vez que algum encontra um morcego agindo estranhamente.

"Não aconselhamos ninguém a pegá-los e trazer para cá. Apenas quem é vacinado contra raiva pode trabalhar resgatando morcegos na Austrália", disse ela.

"Eles são sempre minha prioridade", diz Trish, que está 24 horas por dia e sete dias por semana com o celular ligado para qualquer emergência.

Na clínica na sua casa, os filhotes encontrados desamparados ou machucados geralmente ficam por 12 meses. Os recém-nascidos ficam algumas semanas em incubadoras. Lá eles são alimentados como bebês humanos com mamadeiras.

Na primeira semana, eles bebem leite a cada três horas. Depois disso, a cada quatro horas, até chegarem ao sétimo mês de vida, quando eles começam a se alimentar com o pólen das flores e frutas, explicou a especialista.

Ao completarem um ano, os animais são estimulados a se tornarem independentes. Nesse período, o contato humano é diminuído ao máximo. Os morcegos só veem os tratadores na hora de serem alimentados.

Desta forma, segundo Trish, eles logo começam a se comportar como selvagens até serem liberados para voltarem a o seu habitat natural. O processo demora de uma a oito semanas, até eles pararem de voltar para receber comida, explicou ela.

A paciente mais antiga, no entanto, é uma fêmea de 15 anos de idade que não pode mais voar.

"Estamos com ela há 14 anos", disse Trish. Ela é muito interativa com os tratadores, como um cãozinho.

Isso não é algo raro em um morcego, segundo a especialista. Ela diz que os morcegos podem ser domesticados e retribuírem o afeto que recebem.

"Diferente de outros animais, eles imediatamente sabem se você os está ajudando ou se é um predador. São criaturas muito inteligentes. Quem não gosta de morcegos não sabe o suficiente sobre eles."

Trish esteve recentemente no Brasil para estudar os morcegos que vivem na Amazônia.

Fonte: G1

1 comentários:

Rita disse...

Pôxa! Nunca tinha lido uma reportagem desse gênero, achei incrivelmente interessante, e nem sonhava que se podia domesticar um morgego. Parabéns pela matéria e obrigada por me darem mais esse conhecimento.