O primeiro problema que o dono pode encontrar são os regulamentos das empresas responsáveis pelo transporte e pela hospedagem. Como não existe legislação específica para viajar com animais domésticos no Brasil, cada uma segue sua própria cartilha.
Rodrigo Marcondes/Folha Imagem
A maltês Luna, 4, antes de embarcar com a família para o litoral norte de São Paulo; viajar com pet requer preparação minuciosa
Dois documentos são sempre requisitados: o cartão de vacinação e o atestado de saúde assinado por um veterinário. "Planejar com antecedência é o segredo para não voltar frustrado", garante Luis Fernando Oliveira, dono da Doc-Dog, agência especializada em viagens com pets. A seguir, confira algumas dicas para transportar animais domésticos.
Avião
A maioria das companhias limita o número de animais por vôo. Por isso, quem pretende levar seu pet deve fazer reserva específica até 24 horas antes do embarque.
Em geral, os de pequeno e médio porte são aceitos na cabine de passageiros, desde que permaneçam dentro da caixa de transporte.
Na TAM, por exemplo, para o pet ir junto com o dono, seu peso somado ao da caixa não pode ultrapassar 10 kg. Acima disso, só no compartimento de cargas. A taxa para embarcar o animal em vôos domésticos da companhia, custa R$ 90 mais o peso da caixa com o animal multiplicado pelo correspondente a 0,5% da tarifa cheia do trecho a ser voado.
Para viagens nacionais, o Guia de Transporte Animal (GTA), emitido por veterinários autorizados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), não é mais obrigatório para os animais de companhia. Bastam o atestado do bicho do veterinário e o cartão de vacinação.
Para viagens internacionais, é exigido também o Certificado Zoossanitário Internacional (CZI), emitido pelo Mapa, e microchip para alguns países, como o Reino Unido e a Suécia.
Carro
Mesmo com pets acostumados a longos trajetos, é importante programar paradas a cada duas horas. Fora do carro, ofereça água, mas não o alimente, pois enjôos são comuns. "Ração, só até duas horas antes da viagem", diz a veterinária Ana Luiza Mazorra.
De carro, as caixas de transporte e os cintos de segurança para animais devem ser adotados. Além do risco de acidentes, deixar o bicho solto é infração média, com perda de quatro pontos na carteira e multa.
Hospedagem
Os hotéis e as pousadas que aceitam animais costumam exigir que a presença do pet seja avisada no ato da reserva. Em geral, são pedidos somente o cartão de vacinação e o atestado de sanidade. Em alguns estabelecimentos, há também a assinatura de um termo de compromisso onde o dono se compromete a pagar possíveis despesas com estragos.
Os donos não reclamam. "Antigamente era difícil encontrar lugar que aceitasse animal", desabafa a secretária executiva Sílvia Ferreira, 52. Ela já desistiu de várias viagens para não deixar a chihuahua Madá, 6, sozinha.
Mas o mercado percebeu o filão. Desde 2006, o Sofitel de São Paulo, do Rio de Janeiro e do Guarujá, da rede Accor, permitem a presença de animais de até 10 kg e oferecem serviços de banho, tosa e passeios para os pets.
Ônibus
Nem todas as empresas de transporte rodoviário aceitam animais. A Viação Cometa, por exemplo, permite bichos de até 8 kg. Mas informa que os outros passageiros devem estar de acordo.
A empresa não cobra taxa. O dono pode viajar com ele no colo, dentro de caixa de transporte. Somente alguns veículos possuem compartimento apropriado no bagageiro. É aconselhável deixar água à mão, assim como toalhas de papel e saco de lixo para eventuais "emergências".
É bom lembrar que animais são sensíveis a mudanças. Cada detalhe deve ser pensado. As decisões devem levar em conta a idade e as condições de saúde do bicho. "Idosos e filhotes menores são os mais sensíveis", afirma Ana Luiza.
Dicas para embarcar
- Compre a caixa de transporte com antecedência
- Estimule o animal a brincar dentro dela para criar intimidade
- Leve a cama e a ração de costume
- Não use sedação; prefira calmantes à base de substâncias naturais
- Mantenha os mesmos horários de alimentação e passeio
- Espalhe objetos conhecidos no quarto do hotel
Fonte: Revista da Folha
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