O caso dele não foi isolado em meio à tragédia que vitimou ao menos 116 pessoas em Santa Catarina durante as últimas semanas. Ainda não há números oficiais de centros de controle de zoonoses dos municípios mais afetados.
Aspirante do Corpo de Bombeiros do Paraná resgata cão salsicha que havia sido arrastado pela correnteza na cidade de Gaspar
O presidente da Aipra (Associação Itajiense de Proteção aos Animais), Roberto Pereira, contudo, diz não ter dúvidas de que pelo menos 700 animais domésticos morreram, só em Itajaí, em decorrência das chuvas. A maioria, diz, eram cães.
"Eu vi mais de 200 animais mortos na cidade, entre cães, gatos, cavalos e bois. As pessoas abandonaram os animais. Na pressa em sair de casa, deixaram os cachorros presos em correntes, ou trancados dentro de casa", diz Pereira.
Para ajudar a cuidar dos que se salvaram das enxurradas e inundações, pelo menos quatro entidades de defesa dos animais, de Blumenau, Itajaí, Itapema e Joinville, divulgaram contas-correntes para receber doações para compra de rações para os animais.
A Coordenadoria do Bem-estar Animal de Florianópolis, vinculada à Secretaria Municipal de Saúde, começou uma campanha de arrecadação na tarde de sexta-feira (28). Em três horas, informou ter conseguido 300 quilos de ração. Uma fábrica de ração de Penha, município vizinho a Itajaí, doou 1,25 toneladas durante a semana passada.
O voluntariado pró-animais já era coisa normal para a comerciante Suraia Sehn, 49, de Itajaí. Ela vive com 13 vira-latas em casa. Com a chuva, conta, teve que sair e colocou cinco em cima de um guarda-roupa, outros cinco em cima de outro armário e mais três sobre o armário da cozinha.
"Durante cinco dias, eles ficaram lá. Eu saía de barco da casa da minha amiga, onde estava abrigada, e levava comida para eles. Salvei todos."
Fonte: Folha de São Paulo
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