sexta-feira, 16 de abril de 2010

Cérebro do gato será modelo para a construção de um cérebro eletrônico capaz de reconhecer rostos

NOVA YORK - Um gato pode reconhecer a fisionomia de uma pessoa mais rápido que um supercomputador. Pensando nisso, pesquisadores da Universidade de Michigan estão usando o cérebro dos felinos como o principal modelo na construção de um computador inspirado nas funções biológicas do ser humano.

O engenheiro Wei Lu, que coordena o projeto, afirma que a supermáquina seria capaz de aprender, reconhecer pessoas e tomar decisões mais complexas que os computadores normais. Lu criou um "memrístor", uma espécie de substituto para um transístor que funciona da mesma forma que uma sinapse do cérebro. O "memrístor" consegue reconhecer as voltagens pelas quais já foi submetido e pode funcionar como uma espécie de memória nos circuitos tradicionais.

- Queremos construir um computador da mesma forma que a natureza cria um cérebro de um mamífero. A ideia é usar um paradigma completamente diferente. Construir algo similar ao cérebro do gato é uma meta mais realista, já que seu cérebro é bem mais simples que o cérebro humano - afirma Lu, professor do Departamento de Engenharia da Universidade de Michigan.

Os supercomputadores já criados conseguem cumprir certas funções que se assemelham ao cérebro do gato. Mas eles costumam ser máquinas gigantescas, com mais de 140 mil unidades de processamento dedicadas somente à geração de energia. E, mesmo assim, funciona de forma 83 vezes mais lenta que o cérebro do felino. No computador convencional, funções de lógica e memória ficam localizadas em partes diferentes do circuito e funcionam de forma linear. Por isso, a execução de funções acaba ficando limitada. O cérebro dos mamíferos, no entanto, consegue exercer diversas funções simultaneamente ou paralelamente. É por isso que reconhecemos um rosto com tanta facilidade.

Fonte: O Globo

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