domingo, 14 de setembro de 2008

'Cadeira de rodas' ajuda cão deficiente a ter uma vida quase normal

Equipamento feito sob medida custa, em média, R$ 400.
Ele permite que animal possa se locomover em casa ou na rua



O cachorro Duky é uma celebridade no bairro de Higienópolis, na região central de São Paulo. Late, corre, mas perdeu o domínio das patas traseiras. Por isso, chama a atenção por onde passa com sua "cadeira de rodas". É um cão paraplégico, mas com o uso do equipamento, feito sob medida, consegue se locomover sem dificuldade na rua ou em casa.

Duky, um Dachshund, raça também conhecida como "salsicha", é um tipo de animal cada vez mais comum nas ruas de São Paulo, o "cachorro cadeirante". Veterinários sugerem o uso de "cadeira de rodas" para cães com dificuldades de locomoção. É uma forma de prolongar a expectativa de vida de animais limitados, segundo especialistas.

Os motivos para perda total ou parcial da locomoção variam, segundo a médica veterinária Elizabete Shimizu. A limitação pode ser antecedida por hérnias de disco, fraturas ou doenças neurológicas, explica a veterinária. Ela aponta a "humanização" da rotina dos cães como uma origem comum. Duky tinha ainda um agravante, pois cães da raça dachshund são naturalmente propensos ao problema.
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Duky teve hérnia de disco em 2006, aos 6 anos de idade. Moacir e Carina Cukierman, pai e filha, donos do cachorro, foram obrigados a enfrentar um dilema: sacrificar o animal ou adaptar a rotina em função do cão deficiente? "Todas as pessoas, quando têm problema com cachorro, o descartam ou sacrificam", disse o advogado Moacir Cukierman, de 68 anos, feliz por ter conseguido manter a companhia do cão. A família optou por submeter o animal a uma cirurgia reparadora, mas Duky perdeu totalmente o movimento das patas traseiras. Só conseguia andar se arrastando, até ganhar uma "cadeira de rodas".
Colocar o animal no equipamento aumenta a responsabilidade dos donos. O cachorro passa a precisar de auxílio humano para urinar e defecar, várias vezes ao dia. O bicho também fica predisposto a infecções urinárias, no caso dos cachorros de pequeno porte, e feridas nas saliências ósseas, no caso dos maiores. Tudo causado pelos longos períodos em que passam prostrados ou se arrastando.

"Pra cuidar de animal especial, tem que ter muito amor. Se eu tive um caso ou dois que pediram eutanásia, foi muito. O pessoal quer cuidar", disse a veterinária. Além de ensinar os donos a estimularem os cachorros deficientes a fazerem suas necessidades, a veterinária Elizabete pede um acompanhamento assíduo da adaptação à "cadeira de rodas". "Um animal muito velhinho às vezes não consegue andar de cadeirinha."

Mesmo com a exigência de uma série de cuidados especiais, a procura pelos aparelhos só aumenta, segundo a veterinária, que também produz "cadeiras de rodas" para clientes. "A cada ano, a procura aumenta 20%". O preço do produto no mercado pode custar até R$ 400. O lado bom é que o peso no bolso dos donos alivia a rotina limitada dos mascotes.

Fonte: G1

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